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Agronegócio

Guerra comercial: Trump aumenta tarifas e desencadeia retaliação internacional

Canadá, México e China reagem; Brasil observa com cautela

Por redação | Agrofy News

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu sua promessa de campanha e assinou um decreto impondo tarifas sobre seus três principais parceiros comerciais: Canadá, México e China. 

Juntos, esses países representam mais de 40% das importações norte-americanas.

As novas tarifas incluem uma taxa de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de um adicional de 10% às tarifas já em vigor para produtos chineses. A resposta internacional foi imediata.

Reação global: Canadá, México e China contra-atacam

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou tarifas de retaliação de 25% sobre produtos dos EUA, atingindo setores como bebidas alcoólicas, alimentos, roupas e eletrodomésticos.

No total, US$ 155 bilhões em tarifas serão aplicadas em duas fases: a primeira, de US$ 30 bilhões, entra em vigor na próxima terça-feira (4), e os US$ 125 bilhões restantes serão implementados em 21 dias.

O México também prometeu represálias. A presidente Claudia Sheinbaum criticou a medida de Trump, afirmando que "não é impondo tarifas que os problemas se resolvem, mas sim conversando e dialogando".

A China, por sua vez, anunciou que contestará as tarifas na Organização Mundial do Comércio (OMC) e prometeu medidas retaliatórias, ainda não detalhadas. O Ministério do Comércio chinês acusou os EUA de violar regras internacionais e pediu "diálogo franco e cooperação". 

Trump defende tarifas e minimiza impacto

Em resposta às críticas, Trump defendeu sua decisão, afirmando que os EUA têm um "grande déficit" com esses países e que "não serão mais o país estúpido". 

O republicano admitiu que as tarifas podem causar "alguma dor" aos norte-americanos, mas garantiu que "esta será a era de ouro dos Estados Unidos".

Analistas, no entanto, alertam que a medida pode reduzir o crescimento econômico dos EUA em 1,5 ponto percentual, levar Canadá e México à recessão e provocar estagnação econômica com alto desemprego e inflação.

Trump justificou as tarifas como uma resposta a uma "emergência nacional" relacionada à crise do fentanil e à imigração ilegal. As novas taxas entram em vigor na terça-feira (4), às 3h01 (horário de Brasília).

A China rebateu, afirmando que o problema do fentanil é uma questão interna dos EUA e que o país já tomou medidas contra o tráfico da substância. Enquanto isso, o Canadá tenta manter o diálogo aberto, mas se comprometeu a reagir com firmeza.

Vaias no Canadá e impactos no mercado

As tensões entre os países também se refletem no clima entre os cidadãos. Em jogos de hóquei e basquete no Canadá, torcedores vaiaram o hino nacional dos EUA em protesto contra as medidas de Trump.

Nos mercados financeiros, o impacto foi imediato.

O dólar disparou e as bolsas de Nova York recuaram. O peso mexicano desvalorizou quase 3%, enquanto o dólar canadense atingiu seu menor nível desde 2003. Na Europa, os índices acionários também registraram quedas, refletindo a incerteza global.

UE monitora situação e Brasil adota cautela

A União Europeia afirmou que, por enquanto, não foi alvo das tarifas, mas alertou que responderá "com firmeza" se Trump expandir as taxacoes para o bloco.

No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva adota uma postura de espera.

O presidente, porém, afirmou que, se Trump decidir taxar produtos brasileiros, haverá reciprocidade. "Se ele taxar, taxamos também. Simples", declarou.

Assessores presidenciais brasileiros avaliam que é cedo para tomar medidas e defendem aguardar antes de qualquer reação concreta.

Futuro incerto 

A escalada da guerra comercial eleva a tensão entre os principais atores da economia global. Investidores agora acompanham as próximas movimentações de Trump, que já prometeu novas tarifas sobre petróleo, gás, aço, alumínio, semicondutores e produtos farmacêuticos.

A expectativa é de novos desdobramentos nos próximos dias, com impactos diretos na economia mundial.

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2025/02/03/guerra-comercial-trump-aumenta-tarifas-e-desencadeia-retaliao-internacional/23897.html