Agronegócio
Exportações do agro registram leve queda, mas seguem como 2º melhor resultado da história
Embarques ultrapassam US$ 153 bilhões no acumulado de 2024
Mapa anunciou hoje que o Egito abre mercado para carne bovina e de búfalo do Brasil. (Foto: Cláudio Neves/Portos do Paraná)
As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 152,63 bilhões entre janeiro e novembro de 2024, registrando uma leve queda de 0,3% em comparação ao mesmo período de 2023, quando somaram US$ 153,06 bilhões.
A redução no índice geral de preços (-5,2%) foi compensada pelo aumento de 5,2% no volume exportado. Ainda assim, o resultado de 2024 é o segundo melhor da série histórica para o período, representando 48,9% do total exportado pelo Brasil.
Os principais responsáveis por esse desempenho foram o complexo soja (US$ 52,19 bilhões), carnes (US$ 23,93 bilhões) e o complexo sucroalcooleiro (US$ 18,27 bilhões), que juntos responderam por mais de 60% das exportações do setor.
Apesar de uma queda de 18,7%, o complexo soja manteve a liderança, enquanto carnes e açúcar tiveram crescimento expressivo impulsionado por recordes de embarques e diversificação de mercados.
Entre os produtos exportados, o café solúvel teve destaque, acumulando US$ 792 milhões até novembro, seguido pelo óleo essencial de laranja, que registrou US$ 365 milhões.
O desempenho reforça a diversificação do agronegócio brasileiro, que vem ganhando espaço no mercado internacional com produtos de alto valor agregado, diz o Mapa em nota.
Resultados de novembro
Em novembro de 2024, as exportações do agronegócio somaram US$ 12,66 bilhões, o equivalente a 45,2% do total exportado pelo Brasil no mês. Houve uma retração de 5,8% em relação a novembro de 2023, em grande parte devido à queda nas vendas de grãos.
O setor de carnes foi o destaque do mês, com um recorde histórico de US$ 2,45 bilhões em exportações (+30,2%).
A carne bovina liderou com US$ 1,23 bilhão (+29,9%), seguida pela carne de frango (US$ 876,92 milhões, +31,8%) e pela carne suína (US$ 289,40 milhões, +30,8%). Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento nos volumes embarcados e pelos preços médios mais elevados.
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As exportações de café também registraram recorde histórico para novembro, somando US$ 1,47 bilhão (+84,4%), impulsionadas pelo crescimento de 21,8% no volume exportado e de 51,4% nos preços internacionais.
União Europeia, Estados Unidos e México foram os principais destinos do café verde brasileiro. Já os produtos florestais cresceram 29,1%, totalizando US$ 1,51 bilhão, com destaque para a celulose (US$ 877,34 milhões).
Por outro lado, o complexo soja registrou retração de 50,3%, somando US$ 1,86 bilhão, em razão da quebra de safra e redução nos estoques. O milho também apresentou queda expressiva (-41,7%), totalizando US$ 967,89 milhões, reflexo de uma diminuição de 36,2% no volume embarcado.
Importações em alta
As importações de produtos agropecuários somaram US$ 1,54 bilhão em novembro, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2023.
Entre os principais itens estão:
trigo (US$ 102,16 milhões; +21,2%) e
salmões (US$ 76,05 milhões; +14,1%).
Expectativas futuras
Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, os resultados da diversificação de mercados e produtos começam a aparecer de forma concreta na balança comercial.
"Os produtos menos tradicionais da pauta exportadora incrementaram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com as boas perspectivas de safra para 2025, a continuidade das aberturas de novos mercados, a maturação comercial das aberturas já realizadas e a intensificação das ações de promoção comercial com uma série de novos instrumentos, esperamos ainda mais avanços qualitativos e quantitativos nas exportações do agronegócio brasileiro", destacou.
Principais mercados
Os 20 maiores importadores do agronegócio brasileiro responderam por US$ 8,79 bilhões em novembro, equivalente a 69,5% do total exportado.
A China segue como principal parceiro comercial, mas registrou queda significativa (-49,4%) nas compras do agronegócio brasileiro, somando US$ 2,41 bilhões no mês.
O recuo se deve à redução nos estoques brasileiros e à queda dos preços internacionais da soja e do milho.
Apesar da retração na China, as exportações para outros países cresceram, com destaque para:
Estados Unidos (+4,2 pontos percentuais),
Egito (+1,7 p.p.),
Iraque (+1,28 p.p.),
Índia (+1,24 p.p.),
Alemanha (+1,23 p.p.) e
Bélgica (+1,15 p.p.).
Abertura de mercado
O Mapa anunciou hoje que o Egito aprovou o novo modelo de certificado sanitário para carne bovina, permitindo também a exportação de carnes e miúdos de búfalo do Brasil.
A abertura fortalece as relações comerciais com o país, que ocupa a nona posição entre os destinos das exportações brasileiras, acumulando US$ 2,59 bilhões até outubro.
Com essa conquista, o Brasil atingiu 208 aberturas de mercado em 2024, somando 286 novas oportunidades em 62 destinos desde o início de 2023.
Por redação | Agrofy News
Página:
https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2024/12/17/exportaes-do-agro-registram-leve-queda-mas-seguem-como-2-melhor-resultado-da-histria/23125.html