O comitê de mercado aberto do Banco Central dos Estados Unidos divulgou na quarta-feira (17) a ata da última reunião que veio alinhada às recentes decisões do Federal Reserve (Fed), de aumentar os juros para conter a inflação, a maior em mais de 40 anos. No dia 27 de julho, o aumento da taxa foi de 0.75 ponto percentual.

Para o especialista Caio Augusto Rodrigues, economista do Terraço Econômico, a decisão do Fed representa uma sinalização bastante direta de que os norte-americanos reconhecem que a inflação não é um fenômeno temporário. Por isso, na visão dele, é preciso seguir com o compromisso de aumentar juros para, assim, reduzir preços.

“Inflação de mais de quatro vezes acima do que se espera da meta” — Caio Augusto Rodrigues

“Mas não podemos esquecer que o Fed acabou de chegar a taxa de juros neutra. Ou seja: aquela que nem desestimula e nem aquece a economia, com a inflação de mais de quatro vezes acima do que se espera da meta”, afirmou Rodrigues em comentário feito com exclusividade para a edição desta quinta-feira (18) do ‘Mercado & Companhia’, telejornal do Canal Rural.

Nesse sentido, ele comparou as políticas monetárias dos Estados Unidos com o Brasil. “A meta de inflação no Brasil é de 3.25%, com uma tolerância de 1.5 para cima ou para baixo. Lá nos EUA, a meta é 2% a muito tempo e, para vocês terem uma ideia, a simples sugestão de passar a meta de 2 para 3% já gera uma celeuma enorme entre os especialistas”.

Projeção para os juros e inflação nos Estados Unidos

Caio Augusto Rodrigues apontou, ainda, que a taxa de juros deve continuar numa crescente nos Estados Unidos. “Todos os representantes do Fed acreditam que a taxa de juros terminará 2022 em 3% ou acima de 3%. Dentro desse intervalo relevante de dois a três anos, eles acreditam que pode chegar a 4.5%, o que é bastante, acima do nível do que se encontra atualmente”.