É improvável que a expansão do rebanho leiteiro dos EUA ocorra rapidamente, uma vez que o setor de carne bovina continua dando lances mais altos por animais jovens e as novilhas leiteiras continuam em falta.

Os produtores de leite podem ganhar mais dinheiro criando animais para operações de carne bovina do que produzindo novilhas para suas próprias fazendas ou para as operações de seus vizinhos, de acordo com Sarina Sharp, analista do Daily Dairy Report.

Em um leilão de gado no final de janeiro em New Holland, Pensilvânia, os criadores de gado pagaram uma média de pouco mais de US$ 414 por bezerros recém-nascidos da raça Holstein, o preço mais alto em oito anos. Mas os bezerros leiteiros cruzados com raças de corte renderam incríveis US$ 675 por cabeça no mesmo leilão e as novilhas leiteiras cruzadas com raças de corte tiveram um preço semelhante.

"O setor de carne bovina está com falta de animais jovens e continuará assim por pelo menos mais 18 meses. Se essa margem se mantiver, uma fazenda leiteiras de 1.000 vacas que produz bezerros cruzados mestiços pode esperar ganhar cerca de US$ 100.000 a mais em 2024 do que se vendesse bezerros Holstein. Os altos preços dos bezerros de corte estão enviando um sinal claro ao setor de laticínios para que produzam mais bezerros de corte e menos novilhas de leite", disse Sharp. "E o setor está ouvindo."

Por seis anos consecutivos, os estoques de novilhas leiteiras diminuíram. Em seu relatório semestral sobre gado, divulgado no mês passado, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu sua estimativa anterior para o número de novilhas leiteiras disponíveis em 1º de janeiro de 2023. O USDA agora estima que o setor começou 2023 com 8,3% menos novilhas do que tinha no início de 2022. Essa é uma redução substancial em relação à estimativa inicial que mostrava um declínio de 2,3%, observou Sharp.

O USDA estimou que, em 1º de janeiro deste ano, havia 4,059 milhões de novilhas leiteiras. Embora essa tenha sido uma queda de apenas 0,35% em relação ao declínio acentuado de 2023, o declínio ainda marca o menor estoque de novilhas em 20 anos, de acordo com os cálculos de Sharp.

O USDA também reduziu sua estimativa de novilhas que deverão parir e entrar no rebanho de vacas leiteiras em 2023. A previsão inicial do departamento previa uma queda de 2% em relação ao ano anterior. Agora, o USDA prevê que 7% menos novilhas estavam prontas para entrar no rebanho de vacas leiteiras no início do ano passado. Os estoques de novilhas maduras também devem cair 1% este ano. Apenas 2,59 milhões de novilhas devem parir e entrar no rebanho leiteiro em 2024, de longe o menor estoque nos 22 anos de projeções do USDA, observou Sharp.

"A queda no número de novilhas nos últimos meses de 2023 explica por que o rebanho leiteiro diminuiu, apesar das taxas de abate excepcionalmente baixas", disse Sharp. "Os estoques cada vez menores de novilhas garantirão que o crescimento do rebanho leiteiro dos EUA seja lento e caro. Se o setor desenvolver um apetite para expandir, os valores já elevados das novilhas aumentarão, elevando o custo para preencher um novo estábulo. A crescente popularidade do cruzamento de raças sugere que a escassez de novilhas continuará por anos, reduzindo a rapidez com que o setor pode responder aos altos preços do leite."

As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.