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Agronegócio

Descarbonização da economia atrai foco global à cana-de-açúcar do Brasil

Conferência Datagro sobre Açúcar e Etanol demonstra papel crucial do setor para o país

A 23ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol abriu hoje os trabalhos para abordar diferentes dimensões e perspectivas do setor sucroenergético no Brasil e no mundo.

O evento contou com a presença de diversas autoridades, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em sua solenidade de abertura, o que atestou a relevância do encontro em um momento chave para o setor.

Um dos motivos é o “foco global” no processo de descarbonização da economia que inclui os biocombustíveis, no qual o Brasil tem posição de referência graças ao investimento em tecnologia no setor, ao menos, desde a década de 1970.

 

Alckmin salientou que o setor sucroenergético é crucial para o arranque de uma nova industrialização do País, porque o segmento gera emprego, renda e consequentemente desenvolvimento sustentável, já que é ancorado na economia de produtos verdes.

O vice-presidente lembrou que o Brasil tem a matriz de energia mais limpa do mundo e que o governo trabalha para elevar gradativamente os percentuais de mistura de biodiesel no diesel e de etanol na gasolina.

Arthur Lira frisou que em sua recente viagem à China o tema dos biocombustíveis foi destaque na agenda com as autoridades locais. "O Brasil é referência em biocombustíveis porque investiu em tecnologia, infraestrutura de distribuição e se antecipou às tendências com foco na descarbonização e sustentabilidade", acrescentou.

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Além disso, o presidente da Câmara pontuou que o legislativo dará prioridade ao andamento dos Projetos de Lei, que visam endereçar políticas públicas de estímulo ao hidrogênio verde, sobretudo o obtido a partir do etanol.

 

Em sua fala inicial, o presidente da Datagro, Plinio Nastari, ressaltou, uma vez mais, a integração virtuosa, segundo ele, entre a agricultura alimentar e energética. "A energia da biomassa alavanca a produção de alimentos", disse.

Especificamente sobre os biocombustíveis, Nastari acentuou que seu uso avança para além do transporte rodoviário, com potencial para aviação e o marítimo.

Também presente na solenidade de abertura, o deputado federal Arnaldo Jardim, afirmou que o agro brasileiro tem compromisso absoluto com a sustentabilidade no que foi endossado pelo secretário de comércio e relações internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Perosa.

Entre outras autoridades, a cerimônia de abertura contou ainda com a participação do novo secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, o qual adiantou que o estado terá um Plano Safra exclusivo a partir de 2024.

Dirigentes e lideranças do agro, como, por exemplo, Cesario Ramalho, do Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP); Sérgio Bortolozzo, da Sociedade Rural Brasileira (SRB); e Evandro Gussi, da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) também participaram da cerimônia de abertura.

Previsão de safra
Durante o evento, a consultoria Datagro divulgou suas estimativas de produção da safra 2023/24 e também as perspectivas para 2024/25.

Para o Centro-Sul do Brasil, que concentra a produção brasileira, a projeção é de 624,50 milhões de toneladas de cana em 2023/24, ante 548,28 milhões de toneladas em 2022/23, com a produção de açúcar em 40,30 mi de toneladas – mix açucareiro em 48,6%.

O ciclo 2023/24 foi beneficiado pelas precipitações favoráveis em 2022 e 2023, sem registros de geadas, o que não comprometeu o planejamento da colheita. “Desde agosto de 2023, o mix para açúcar tem superado a máxima dos últimos 10 anos, estabelecendo novos recordes”, ressalta a Datagro.

A produção de etanol está prevista em 32,30 bilhões de litros, contra 28,91 bi de litros em 2022/23. Quanto ao rendimento, prevê-se 139,40 kg ATR/t, recuo de 1,0% ante 2022/23.

Os primeiros números da DATAGRO para 2024/25 apontam a moagem de cana da região em 620,00 mi de t, o que representaria uma queda de 0,7% ante 2023/24, com produção de açúcar em 42,60 mi de t (+5,7%) – mix açucareiro em 51,8%.

Em relação ao etanol, a produção é estimada em 31,32 bi de litros (-3,0%).

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2023/10/23/descarbonizao-da-economia-atrai-foco-global-cana-de-acar-do-brasil/16052.html