A ampla oferta no Mar Negro segue atuando como fator baixista, especialmente da Rússia. (foto - ilustrativa)

A cotação do trigo esboçou uma reação, mas segue no terreno negativo no acumulado do mês. O preço da tonelada do cereal foi negociado a R$ 1.016,53, com quedas consecutivas nos últimos 12 meses.

Para se ter ideia, o valor médio era R$ 1.832,03 em novembro de 2022, o que significa uma desvalorização de 44,8% desde então, segundo o indicador do Cepea.

Com preços pouco atraentes, produtores tendem a endurecer as negociações e focar na produção. Assim, a colheita começa a ganhar ritmo nos principais estados produtores (Rio Grande do Sul e Paraná), mas chuvas ainda deixam triticultores em alerta.

Estimativas da Conab divulgadas na semana passada já apontam redução da produtividade e, consequentemente, da produção nacional.

A nova safra de trigo no Brasil é estimada em 10,46 milhões de toneladas, queda de 3,3% em comparação com o relatório de setembro.

Cotação do trigo hoje
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com cotações mais baixas na sessão de hoje. O mercado é pressionado por sinais de oferta e pela ausência de demanda chinesa pelo grão dos Estados Unidos.

Na semana passada, a China comprou trigo estadunidense, o que deixou alguns investidores esperançosos de que o movimento seguisse nesta semana. As inspeções de exportação dos EUA divulgadas ontem mostraram pouca demanda do país asiático.

A ampla oferta no Mar Negro segue atuando como fator baixista, ainda que a projeção para a safra russa tenha sido cortada pela consultoria SovEcon nesta terça-feira.

O país deve colher 91,4 milhões de toneladas de trigo, abaixo das 91,6 milhões estimadas anteriormente. Regiões produtoras foram afetadas pelo clima seco.

No fechamento, os contratos futuros do trigo com entrega em dezembro eram cotados a US$ 5,70 1/2 por bushel, baixa de 6,75 centavos de dólar, ou 1,16%, em relação ao fechamento anterior.

Os contratos com entrega em março de 2024 eram negociados a US$ 5,98 3/4 por bushel, recuo de 5,75 centavos, ou 0,95% em relação ao fechamento anterior.