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Agronegócio

Conab reduz previsão de safra pela sexta vez seguida para 294,1 milhões de tons

Volume é 8% inferior ao obtido na safra passada

Quebra se deve, sobretudo, à atuação da forte intensidade do fenômeno El Niño. (Foto: Gilson Abreu/AEN)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu pela sexta vez seguida sua estimativa para a safra brasileira de grãos em 2023/24.

A produção brasileira de grãos deve chegar a 294,1 milhões de toneladas, conforme a nova estimativa divulgada no 7º Levantamento da Safra de Grãos, hoje (dia 11), pela Conab.

O volume é 8% inferior ao obtido na safra passada, o que representa 25,7 milhões de toneladas a menos a serem colhidas.

Segundo o órgão, com uma área estável, estimada em 78,53 milhões de hectares, a quebra se deve, sobretudo, à atuação da forte intensidade do fenômeno El Niño, que em 2023 teve influência negativa desde o início do plantio até as fases de desenvolvimento das lavouras nas regiões produtoras do país.

Isso impactou na produtividade média, que saiu de 4.072 quilos por hectare para 3.744 kg/há, diz a Conab.

Com a entrada da fase final da colheita das culturas de primeira safra, as atenções se voltam ao desenvolvimento das lavouras de segunda e terceira safra, bem como às culturas de inverno.

O comportamento climático continua como fator preponderante para o resultado final do atual ciclo, explica o orgão.

Comparativamente à previsão anterior da Companhia, divulgada no início de março, há uma redução na produção total de 1,52 milhão de toneladas, com as maiores quedas observadas no milho, 1,79 milhão de toneladas, e na soja, 336,7 mil toneladas.

Em contrapartida, arroz, algodão, gergelim, sorgo, e, principalmente, feijão apresentam perspectivas de aumento de produção em relação ao último levantamento.

Soja terá redução de 5,2%
Com os trabalhos de colheita avançados nos principais estados produtores, atingindo em torno de 76,4% da área cultivada no país, a estimativa de produção de soja é de 146,52 milhões de toneladas, redução de 5,2% sobre a safra anterior.

Tal redução se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras do Centro-Oeste e Sudeste, ocasionando atraso do plantio e perdas na produtividade, explica a Conab.

E o milho?
Principal cultura cultivada na segunda safra, o milho tem produção total estimada em 110,96 milhões de toneladas.

Segundo o Progresso de Safra, publicado pela Conab nesta semana, os trabalhos de colheita da primeira safra do cereal, quando é esperada uma produção de 23,36 milhões de toneladas, atingem 51% da área cultivada.

Já a semeadura da segunda safra está praticamente finalizada. Em Mato Grosso, a maioria das lavouras apresenta bom desenvolvimento, assim como em Goiás e Minas Gerais. Porém, em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a redução das precipitações em março provocou sintomas de estresse hídrico em diversas áreas, comprometendo o seu potencial produtivo.

Nas demais regiões produtoras, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, apesar do atraso no plantio. A estimativa para a segunda safra de milho está em 85,62 milhões de toneladas.

Feijão
No caso do feijão, que possui 3 ciclos de cultivo dentro da temporada, a expectativa é que a segunda safra tenha um acréscimo de 18,4% na produção, com uma colheita estimada em 1,5 milhão de toneladas.

Esse bom desempenho contribui para o abastecimento interno de um importante produto consumido pelos brasileiros, uma vez que a atual estimativa para a leguminosa é de uma produção total de 3,2 milhões de toneladas, segundo o órgão.

Arroz: cenário de recuperação
Também é verificado um cenário de recuperação para o arroz. Com a área de plantio estimada em 1,5 milhão de hectares, 4,4% superior à da safra anterior, estima-se uma produção em 10,57 milhões de toneladas, 5,3% acima da obtida no ciclo anterior.

Algodão apresenta crescimento
A área cultivada de algodão também registra crescimento, passando de 1,7 milhão de hectares para 1,9 milhão de hectares, justificado principalmente pelas boas perspectivas de mercado. As condições climáticas continuam favorecendo as lavouras e a previsão é que sejam colhidas cerca de 3,6 milhões de toneladas de pluma, alta de 13,4%.

Para o trigo, a estimativa atual indica uma produção de 9,73 milhões de toneladas.

Estimativa de exportação
Neste levantamento, a Companhia ajustou as estimativas de exportação para o milho na safra 2023/24, uma vez que a produção total do cereal foi reduzida.

Com isso, a nova expectativa é de um volume de 31 milhões de toneladas embarcadas, volume 43,3% inferior ao obtido no ciclo passado.

Já o consumo interno está projetado em torno de 84 milhões de toneladas do grão.

No caso do feijão, o aumento na produção possibilita um incremento no estoque de passagem da leguminosa.

Já para o arroz as projeções no quadro de suprimentos permaneceram praticamente estáveis, com a Companhia estimando uma expansão do consumo nacional para 10,5 milhões de toneladas.

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2024/04/11/conab-reduz-previso-de-safra-pela-sexta-vez-seguida-para-2941-milhes-de-tons/18685.html