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Agronegócio

Brasil tem aumento de 35,5% de plantas aptas a exportar carne para a China

Número de empresas habilitadas saltou de 107 para 145

Em março, a China habilitou 38 novas plantas para receber carne importada do Brasil. A medida fez com que o número de plantas aptas a embarcar proteína animal para o país asiático saltasse de 107 para 145, um aumento de 35,5%.

Foram habilitadas 24 novas plantas de processamento de bovinos, oito de frangos, um estabelecimento de termoprocessamento de bovinos e cinco entrepostos.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), somadas, elas vão gerar um incremento de R$ 10 bilhões na balança comercial brasileira no decorrer dos próximos 12 meses.

O cálculo de incremento na receita das exportações leva em consideração o faturamento de uma planta de médio porte que exporta para a China, em torno de R$ 300 milhões anuais.

Mercado Chinês
A China é o principal destino das exportações de carnes do Brasil. Em 2023, o mercado chinês representou cerca de 37% do total das exportações brasileiras do produto, no valor de 8,3 bilhões de dólares, cerca de 2,2 milhões de toneladas de carnes.


Somente nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil exportou US$ 6,57 bilhões em produtos agrícolas para o mercado chinês. No ano passado, o total foi de US$ 60 bilhões, o que representou 36,17% das exportações totais do Brasil.

Lula em Mato Grosso do Sul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha, hoje (dia 12), em Campo Grande (MS), a finalização do primeiro lote para embarque de carne para o país asiático a partir das plantas recém-habilitadas.

A carne será despachada a partir de uma fábrica da JBS, empresa líder global em produção de alimentos à base de proteína. 

“O mercado chinês é importante para o Brasil porque tem muita demanda. Estamos em uma busca frenética pela abertura de novos mercados. Ano passado, tivemos o recorde de abertura de 78 novos mercados e já conseguimos a marca de 105 mercados acumulados do ano passado até agora”, ressalta o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Perosa.

“No Sudoeste Asiático, tivemos incremento do volume de vendas, houve habilitações de novos planos de exportação para a Rússia, a possibilidade de maior exportação para o Chile, enfim, são diversas ações que estão sendo tomadas para criar ainda mais oportunidades para os produtos brasileiros”, completa o secretário.

Nos dias 5 e 6 de junho, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participa, em Pequim, de uma série de reuniões da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação Português (Cosban).

O objetivo é fortalecer ainda mais as relações bilaterais com a China visando, entre outros objetivos, abrir novos mercados no país asiático, maior parceiro comercial do Brasil.

Mato Grosso do Sul tem grande salto
Antes desta nova lista de habilitações, o Brasil tinha 107 plantas autorizadas para operar na China, entre as habilitadas para proteínas de aves, bovinos e suínos. O Mato Grosso do Sul tinha apenas três frigoríficos habilitados para exportar carne bovina para os chineses. Agora conta com sete.

“Como exemplo, somente no Mato Grosso do Sul haverá um acréscimo significativo no volume exportado com as novas habilitações. Antes, o estado tinha 11% de sua capacidade de abate autorizada para exportação para a China, e isso está passando para 57%. É um incremento gigantesco nas possibilidades de expansão comercial. Isso vai gerar, com certeza, vai mudar a pecuária em Mato Grosso do Sul”, destacou Perosa.

O estado foi o que mais se beneficiou das novas habilitações entre todas as Unidades da Federação.

Antes, os frigoríficos de bovinos de Mato Grosso do Sul tinham potencial de exportar para a China um volume equivalente a no máximo 467 mil cabeças de gado por ano. Agora, são 2,3 milhões, acréscimo de mais de 1,8 milhão de cabeças.

“Desde o início de 2023, estamos dedicando todas as forças para trazer os maiores resultados para o Brasil, que tem cultura majoritariamente exportadora. Esse resultado, inequivocamente, gera desenvolvimento e renda para o nosso país. Nós vivemos um momento ímpar e único”, afirma secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart.

O secretário Goulart também destacou como o bom desempenho da defesa agropecuária brasileira colaborou com o feito. "Conseguimos esse resultado pela credibilidade, pelo reconhecimento no trabalho de defesa agropecuária do Brasil.

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Mais habilitações
Nesta semana, o Brasil celebrou a abertura do mercado da Coreia do Sul às exportações brasileiras de subprodutos de origem animal (farinhas e gorduras de aves) destinados à alimentação animal.

O processo marcou a 27ª expansão para o agronegócio do país apenas em 2024.

A Coreia do Sul foi o oitavo destino para os produtos agrícolas brasileiros em 2023, somando US$ 3,37 bilhões em exportações.

Segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, a abertura do mercado sul-coreano atende uma demanda da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA) e de suas empresas associadas.

Esse processo também beneficia os empresários da Coreia do Sul, que projetam uma expansão da indústria coreana de rações, com o objetivo de atender o crescimento do número de animais domésticos na Ásia.

A recente conclusão das negociações sobre o Certificado Sanitário Internacional (CSI) garante aos estabelecimentos brasileiros a habilitação para exportar esses produtos e reforça a confiança internacional no sistema de controle sanitário do Brasil, que ganhou mais força a partir de 2023.

Mais aberturas para o mercado chinês
Na última terça-feira (dia 8), o Mapa revelou que a China habilitou sete estabelecimentos brasileiros aptos a exportar soro fetal bovino congelado para o país.

Segundo o Mapa, três dos estabelecimentos habilitados estão em Goiás, dois em São Paulo, um no Mato Grosso do Sul e um em Minas Gerais.

O soro fetal bovino é um componente fundamental para o cultivo de células em laboratório, contribuindo para avanços na pesquisa biomédica e na produção de vacinas e medicamentos.

Cinco continentes
Os 105 novos mercados abertos pelo Brasil desde 2023 encontram-se em 50 países, nos cinco continentes.

Nas últimas duas décadas, as exportações brasileiras passaram de US$ 58,2 bilhões em 2001 para US$ 339,7 bilhões em 2023.

Isso se deve a vários fatores, entre eles o eficiente desempenho de setores como o agronegócio e o mineral. Soma-se a isso o crescimento do volume de negócios com a China, cuja parceria resulta em compras anuais pelo país oriental de US$ 104 bilhões, quase um terço do total que o Brasil exporta.

Entre outros destaques recentes estão o comércio de algodão brasileiro com o Egito; o de carnes bovinas e suínas com o México e Singapura; o de suco de açaí com Índia; o de frango com Israel e Argélia; o de mamão com o Chile; o de arroz com o Quênia; o de pescados com Austrália, Egito e África do Sul; o de ovos com a Rússia; e o de café verde com a Zâmbia.

Bangladesh, Vietnã e Asean
No ano passado, o Brasil exportou US$ 2,1 bilhões para Bangladesh. Em 2014, eram US$ 869 milhões, um crescimento expressivo em dez anos. Outro exemplo é o Vietnã. Em 2014, o mercado vietnamita havia comprado US$ 1,6 bilhão do Brasil.

Em 2023, as exportações para o país, um dos dez membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), chegaram a US$ 3,7 bilhões.

Nos últimos 20 anos, o comércio entre o Brasil e a Asean cresceu o equivalente a 11 vezes. Em 2023, as exportações para Cingapura, Indonésia, Malásia, Vietnã e Tailândia, cinco principais mercados da Asean, somaram US$ 22,7 bilhões.

O valor supera o registrado com as exportações para cinco integrantes do G7 somados (Japão, Alemanha, Itália, Reino Unido e França), que foi de US$ 22,6 bilhões.

Por Redação com informações do Mapa | Agrofy News

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