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Agronegócio

Brasil precisa diversificar a pauta de exportações para a China

Alerta surgiu em debate promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária redação com informações da CNA | Agrofy News

A China é o principal mercado das exportações agropecuárias brasileiras. Entender o mercado chinês é importante para os produtores brasileiros.

Em debate, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre as perspectivas para a agropecuária chinesa nos próximos dez anos e os impactos para os produtores rurais brasileiros, foi salientado a importância do Brasil diversificar sua pauta de exportação para o mercado asiático.

Segundo o presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Luiz Augusto de Castro, a China tem grande relevância no mercado internacional de importações, principalmente para o Brasil.

“É o nosso principal parceiro comercial, responsável por grande parte do nosso comércio de commodities. Entretanto, precisamos pensar em estratégias de longo prazo para manter essa relação, diversificando a pauta. O consumo de grãos no país asiático deve aumentar nos próximos anos, ao mesmo tempo em que a produção doméstica deve crescer com o salto de produtividade e área cultivada”.

Para o embaixador, é interessante ampliar a exportação de produtos de maior valor agregado e pensar em outras formas de comércio para beneficiar pequenos e médios produtores.

“A China é um grande mercado. No setor de proteína animal há oportunidades para produtos premium, como cortes especiais de carnes. Frutas também tem espaço no mercado, além de nozes e castanhas”, disse.

Redução da dependência?
O chefe do Escritório da CNA em Xangai, Inty Mendonza, destacou que o governo chinês pretende reduzir sua dependência externa e que isso traz riscos para o Brasil em uma área sensível que é a alimentação.

“Existe esse esforço concentrado em buscar a autossuficiência no setor agrícola. O país asiático apresenta um forte investimento na indústria de sementes. Até o final de 2022, estavam armazenadas 120 mil cópias de novas sementes agrícolas nos bancos nacionais de recursos de germoplasmas biológicos”.

A CNA elaborou um documento, o Sumário Executivo do China Agricultural Outlook 2023-2032, que traz as perspectivas dos principais produtos agrícolas chineses para os próximos dez anos.

Segundo o documento, a China deve apresentar um aumento da taxa de urbanização do país, que deve alcançar até 2032 uma alta de 71,8%. “Essa urbanização tem a ver com o objetivo do Estado em conduzir o crescimento econômico da população baseado no consumo interno, ao invés da importação”.

Soja
Em relação aos principais produtos citados no documento, Mendonza explicou que no caso da soja, a dependência externa é maior. Em 2022, o consumo foi de 108 milhões de toneladas e a produção 21 milhões de toneladas.

“Dessa diferença de mais de 80 milhões de toneladas de soja, 58,7% foram importadas do Brasil. A China tem uma produção gigantesca, mas a questão é que a população também é grande”.

Para ele, o Brasil, além de diversificar a pauta de exportação de produtos agropecuários, precisa se planejar. “Entrar no mercado chinês não é fácil, trabalhar com e-commerce é complexo e exige investimento, portanto empresas brasileiras precisam se planejar, pois com todo esse processo de urbanização e crescimento da renda per capita chinesa, a comida pode ser um bom negócio”.

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2023/11/24/brasil-precisa-diversificar-a-pauta-de-exportaes-para-a-china/16565.html