Agronegócio
Brasil detém 58,7% das fintechs da América Latina
Necessidade de crédito para o agronegócio impulsiona segmento no país
O Brasil lidera o setor de fintechs na América Latina com importante contribuição do agronegócio. O país detém 58,7% das 2712 startups com soluções financeiras ativas no continente.
Independentemente disso, o setor de fintech na América Latina está emergindo como um componente vital na transformação digital e econômica e demonstra um crescimento robusto, especialmente em áreas como crédito e meios de pagamento.
Segundo o relatório “Fintech Report” do Distrito BR, o público-alvo é predominantemente o B2B (business-to-business), com a maior parte das startups sendo remuneradas por cada transação.
“Os recentes movimentos do Banco Central, incluindo a expansão do Pix, o desenvolvimento do Drex e a regulação do Banking as a Service (BaaS), estão impulsionando a inovação e a inclusão financeira”, analisa o estudo.
A nova legislação tributária para fintechs, que permite a apuração do Imposto de Renda com base no lucro presumido, também está incentivando o crescimento e a inovação no setor, tornando-o mais competitivo.
Após um cenário conturbado em 2022 até começo de 2023, o investimento no setor fintech está mostrando sinais de recuperação, com um aumento de 75% no volume de investimento no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023.
A categoria de serviços digitais, puxada por bancos digitais como Nubank, C6 Bank e Neon, foi a mais investida, representando uma grande parte do total de investimentos.
As tendências tecnológicas, como a adoção de inteligência artificial e blockchain, estão moldando o futuro do setor financeiro. A IA, especialmente a IA generativa, está transformando a análise de dados, a personalização de serviços e o combate à fraude. Na parte da tecnologia blockchain, a tokenização e o DeFi (finanças descentralizadas) estão permitindo a criação de serviços financeiros mais acessíveis e eficientes.
“Em suma, o setor fintech na América Latina está bem posicionado para continuar crescendo e impactando a economia de maneira significativa. Com a convergência de tecnologias avançadas, um ambiente regulatório progressivo e um compromisso com a inovação, as fintechs estão redefinindo o mercado financeiro”, conclui.
O que são as agfintechs?
As agfintechs têm como foco o uso da tecnologia para melhorar a sustentabilidade financeira da indústria agrícola.
Essas empresas utilizam tecnologia financeira (fintech) para lidar com os desafios únicos enfrentados pelos agricultores e agroempresas, incluindo acesso ao crédito, gerenciamento de riscos e financiamento da cadeia de suprimentos.
As empresas de agfintech estão desempenhando um papel transformador e ágil no setor agrícola ao fornecer serviços financeiros e soluções inovadoras personalizadas para atender às necessidades específicas de agricultores e empresas no ramo agropecuário.
Tais soluções abrangem uma gama de produtos e serviços financeiros inovadores, como bancos móveis, seguros agrícolas e financiamento de cadeias de suprimento, acompanhados por ferramentas avançadas de análise de dados e gerenciamento de riscos.
A América Latina, por sua vez, apresenta uma ampla variedade de startups agfintech, todas comprometidas em auxiliar a indústria agropecuária na digitalização de seus processos de crédito, essenciais para suas operações no setor.
Investimentos em agfintechs
Dados de investimento mostrados pelo Report Latam 2023 da Agfunder indicam que, na categoria, houve uma ligeira queda em 2022, cujo total de investimentos foi de US$ 1,8 bilhão em 2022, comparado aos US$ 1,9 bilhão em 2021. No entanto, esse montante não deixa de demonstrar a pujança da categoria.
O interesse dos investidores por marketplaces agrícolas e startups de fintech ficou em terceiro lugar, arrecadando 73% a mais em 2022 (US$ 191 milhões) do que em 2021 (US$ 110 milhões), embora com menor número de rodadas.
As startups dessa categoria têm como objetivo disponibilizar uma ampla gama de insumos e ferramentas de financiamento para agricultores e cadeia agrícola.
Isso é particularmente forte na região da América Latina, especialmente em mercados como o Brasil, que tinha US$ 75 bilhões em linhas de crédito de capital de giro disponíveis em 2022, todas as quais foram utilizadas.
Por redação | Agrofy News
Página:
https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2024/07/29/brasil-detm-587-das-fintechs-da-amrica-latina/20611.html