Portal GHF

Agronegócio

Bahia e árabes apostam em tâmaras para criar oásis no semiárido

Clima quente e seco da região é ideal para a tamareira, que tem alto valor comercial, especialmente no Oriente Médio

O Governo da Bahia está investindo em uma iniciativa inovadora que visa transformar o semiárido baiano em um oásis agrícola. Com foco na tamareira, um cultivo de alto valor comercial, o estado está formando parcerias estratégicas com representantes dos Emirados Árabes Unidos.

O governador Jerônimo Rodrigues recebeu, na última quarta-feira (dia 18), o embaixador Saleh Alsuwaidi e representantes da Al Foah Company para discutir o potencial de cultivo de tâmaras na região. Essa colaboração internacional é vista como um marco para a agricultura da região.

O clima quente e seco do semiárido baiano se mostra ideal para o desenvolvimento da tamareira, uma planta de grande valor comercial, especialmente no mercado do Oriente Médio.

A tâmara, com seu alto valor agregado, tem potencial para transformar a agricultura local, oferecendo novas oportunidades econômicas para os agricultores da região.

Após o encontro, a comitiva seguiu para Juazeiro, onde foi realizada uma visita técnica para identificar as áreas mais adequadas para o cultivo.

O secretário da Agricultura, Wallison Torres, enfatizou a importância dessa iniciativa, afirmando que o cultivo de tâmaras pode gerar desenvolvimento econômico e social, especialmente em regiões com desafios históricos na agricultura.

“Essa parceria representa um marco para a agricultura baiana. Estamos trazendo para o estado uma cultura com grande potencial de gerar renda e desenvolvimento para os agricultores, além de fortalecer a nossa posição como um estado inovador e sustentável”, enfatizou Wallison Torres.

 

Vantagens
As atividades técnicas já estão em andamento nas cidades de Juazeiro e Barreiras, onde foram identificadas áreas com as características ideais para o cultivo.

As mudas, atualmente em quarentena na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (CENARGEN), serão plantadas em regiões estratégicas, como o Território do São Francisco e a Bacia do Rio Grande, garantindo que estejam livres de doenças antes de serem transferidas para o campo.

O projeto, iniciado em 2023, conta com a expertise da Al Foah, que promete acelerar o desenvolvimento e a implementação de técnicas de cultivo que garantam a qualidade das tâmaras produzidas na Bahia. Ao todo, mais de duas mil mudas foram doadas pela empresa, com 110 já recebidas e aguardando testes.

Doze variedades de tâmaras foram enviadas para estudos nos biomas do Cerrado e da Caatinga, onde se observou semelhanças climáticas e de solo com os Emirados Árabes.

A Embrapa e a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) acompanharão o projeto, em colaboração com a Seagri e a Sema, que farão o transporte de tecnologias de microaspersão e aprimoramento genético.

Primeira colheita
A expectativa é que a primeira colheita ocorra entre dois e três anos, com impactos significativos na economia local.

O governador Rodrigues afirma que, com o planejamento adequado, a Bahia poderá se tornar o principal exportador brasileiro de tâmaras em um prazo de seis anos, consolidando sua posição no cenário agrícola nacional e internacional.

Por redação | Agrofy News

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2024/09/23/bahia-e-rabes-apostam-em-tmaras-para-criar-osis-no-semirido/21656.html