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Agronegócio

Acelen reduz produção e fornecimento de gás de cozinha

Acelen: refinaria privatizada diminui a produção de gás de cozinha na Bahia e população sofre com desabastecimento

A empresa Acelen reduziu drasticamente o fornecimento de gás de cozinha aos atacadistas do produto no estado da Bahia. A empresa controla a Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde (BA), após comprá-la da Petrobras em 2021.


Segundo o Sindicato dos Comerciantes de Gás da Bahia, em decorrência dessa redução na produção e fornecimento, quase metade dos pontos de venda de botijões de Salvador e adjacências fecharam. Além disso, as comunidades localizadas no interior do estado sofrem com a falta do produto.

A maior parte do gás que é enviado para as distribuidoras na Bahia é gerada na Refinaria de Mataripe, que foi privatizada pela Petrobrás em 2021. A Acelen, fundada por um fundo chamado Mubadala Capital e com sede nos Emirados Árabes Unidos, ficou encarregada, desde então, de administrar a instalação.

Após a privatização, a nova administradora implementou uma política própria de custeio de combustível, o que levou ao aumento do preço da gasolina e do diesel na Bahia e consolidou o estado como líder na cobrança de preços elevados.

Problemas imprevistos durante manutenções na refinaria da Acelen causaram problemas no abastecimento gás na Bahia
A Acelen recebeu o dever de garantir que as manutenções obrigatórias da refinaria fossem concluídas a tempo. Para cumprir estes procedimentos, as unidades de produção devem, por vezes, ser interrompidas. Exatamente o que está acontecendo neste momento e causando a interrupção no fornecimento de gás no estado.

Segundo Radiovaldo Costa, diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), a Acelen não teve outra alternativa a não ser fazer manutenção em sua unidade de produção de gás. 

Previa-se a utilização de outra unidade, que estava inoperante desde 2019, na tentativa de manter o abastecimento. No entanto, a reativação desta unidade foi acompanhada de imprevistos, o que gerou dificuldades operacionais. O resultado final foi a falta de suprimentos.

Acelen e Sindigás informaram que o abastecimento deve voltar ao normal muito em breve
A Acelen informou a seus clientes que está realizando esforços ativos para restabelecer o fornecimento de gás liquefeito de petróleo (GLP). Adicionalmente, revelou ter contratado navios para reforçar o abastecimento, enquanto a produção não estiver regularizada.


O Sindigás informou que algumas empresas transportam gás por rodovias do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, e algumas chegam a importá-lo em cargas rodoviárias da Argentina e da Bolívia para tentar reduzir o impacto do problema.

O Sindigás enfatizou que não é preciso ter pressa para comprar os botijões porque a oferta desses itens será estabilizada muito em breve. E alertou que, comprar com antecedência pode criar uma impressão de escassez e pressionar os preços para cima, o que pode trazer mais prejuízos à sociedade.

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