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Agronegócio

Abraleite pede medidas estruturantes para frear crise do setor

De acordo com dados da Abraleite, as importações passaram a responder entre 11% e 12% do leite consumido no Brasil ante 3% da média histórica

A Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) pediu ao governo medidas estruturantes de médio e longo prazo para a cadeia leiteira, em meio à crise de baixos preços pagos ao produtor e ao aumento expressivo das importações de lácteos.

O pleito foi levado pelo presidente da associação, Geraldo Borges, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em reunião com mais de 30 entidades do setor na noite da terça-feira (29).

“Há necessidade de ações estruturantes, além das já anunciadas que são bem-vindas pelo setor. Não podemos ficar só resolvendo paliativamente. Ações para aumentar a produtividade e, consequentemente, a competitividade”, disse Borges a jornalistas após o encontro.

Essas medidas estruturantes passam pela agenda de competitividade, afirmou o presidente da Abraleite.

“Precisamos não só de medidas a curto prazo, para se resolver a crise que se instalou em decorrência das importações predatórias recordes, mas que também possa se desenvolver por meio do grupo de trabalho interministerial ações estruturantes com o setor privado para que tornemos o país mais competitivo”, afirmou o presidente da Abraleite.

Borges afirmou que Fávaro se mostrou interessado em continuar a trabalhando a pauta do setor leiteiro com o grupo interministerial.

Segundo Borges, um dos objetivos do setor é inserir o leite na pauta das exportações brasileiras. “Queremos é que o país passe não só a abastecer a população, mas também exportar o excedente. Hoje, estamos correndo risco de desabastecimento no médio prazo, pelo fato de que o Brasil está voltando a ser dependente das importações”, observou.

De acordo com dados da Abraleite, as importações passaram a responder entre 11% e 12% do leite consumido no Brasil ante 3% da média histórica.

“Já tivemos essa situação no passado, quando o Brasil importava 30% do que consumia. Isso é uma ameaça”, ponderou, acrescentando que a importação não diminuiu os preços pagos pelo consumidor no varejo.

No último mês, o governo anunciou destinação de R$ 200 milhões para compras públicas de leite em pó e elevou alíquotas de importação de lácteos fora do Mercosul como medidas emergenciais de socorro aos setor leiteiro.

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