“Carta de Buenos Aires” reafirma compromisso com o crescimento do setor agropecuário
IICA coordenará Espaço Parlamentar Agroindustrial Sul-Americano, uma plataforma de cooperação entre legisladores da região

Reunidos na 2ª Cúpula AgroGlobal da América do Sul, sob o tema “Agro e Política: Uma aliança regional”, representantes das principais instituições agropecuárias da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Colômbia, Peru e Uruguai reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento do setor agropecuário sul-americano.
Ao final do evento, foi assinada a “Carta de Buenos Aires”, onde os países participantes reafirmam o compromisso com o crescimento do setor agropecuário, com a obtenção de uma maior oferta de alimentos, com o uso e gestão sustentável dos recursos naturais e com a redução da pobreza através do aumento do investimento, da produção, do emprego produtivo e do desenvolvimento regional.
O documento final da Cúpula destaca a agro-bioindústria como pilar estratégico para garantir a segurança alimentar global, especialmente diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela volatilidade dos mercados. Enfatiza também o papel central da América do Sul, com sua ampla biodiversidade, extensas áreas produtivas e capacidade de inovação, como um ator-chave na expansão da oferta global de alimentos, fibras, biocombustíveis e insumos estratégicos. A Cúpula também reforçou a necessidade de estabilidade institucional e remoção de barreiras comerciais que dificultam o acesso a mercados internacionais.
A presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, ressaltou que após essa segunda Cúpula é importante ter uma agenda com pautas de convergência dos setores para elaboração de uma proposta. “Nosso pontapé inicial no Brasil está dando frutos e agora vamos colocar a mão na massa e construir uma proposta para os nossos países, assim estaremos cada vez mais alinhados.”
Jorge Saenz Rozas, presidente da Associação Argentina de Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (CREA), destacou a diversidade dos países participantes como um ponto de partida, e não um obstáculo e enfatizou a importância do diálogo e da construção de uma agenda compartilhada, mesmo em meio a divergências. “Precisamos de um espaço de diálogo seguro e respeitoso para debater e avançar juntos. A carta de Buenos Aires é um exemplo deste espírito de cooperação.”
A carta conta com a assinatura do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Fundação Barbechando (Argentina), Instituto Pensar Agro (Chile), e da UGP-Unión de Gremio de la Producción (Paraguai). Os representantes das instituições citadas, juntamente os futuros membros da Colômbia, Peru e Uruguai, se comprometeram a construir um modelo de governança que una o setor parlamentar, a sociedade civil e o setor privado em torno de uma agenda comum para o desenvolvimento agropecuário sustentável da América do Sul.
Espaço Parlamentar Agroindustrial Sul-Americano
Um dos principais avanços do encontro foi a consolidação do Espaço Parlamentar Agroindustrial Sul-Americano, uma plataforma de cooperação entre legisladores da região. A iniciativa busca harmonizar esforços técnicos, políticos e legislativos, além de facilitar o intercâmbio de dados, boas práticas e propostas legislativas que fortaleçam a integração agroindustrial.
O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) foi anunciado como responsável pela coordenação técnica da iniciativa e apoio às atividades legislativas e formativas dos parlamentares envolvidos.
Agenda Conjunta
A Cúpula consolida ainda um modelo de cooperação regional que articule os parlamentares sul-americanos em uma agenda conjunta. Além disso, reconhece a necessidade de fortalecer a contribuição da América do Sul como líder na produção de alimentos e na geração de biomassa para o desenvolvimento energético, destacando seu potencial em bioenergia e no uso e gestão sustentável dos recursos naturais.
A agenda regional conta com as áreas de trabalho que tratam da produção agrícola e desafios climáticos, comércio agrícola, inovação rural e digitalização, contribuição para a segurança alimentar, infra-estruturas agro-industriais e logística.
“Carta de Brasília”
Em outubro de 2024, parlamentares e representantes do setor agropecuário do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile se reuniram, na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília, para a 1ª Cúpula Sul-Americana AgroGlobal. Durante o evento, foi assinada a “Carta de Brasília”, que reafirma o compromisso dos países sul-americanos com a segurança alimentar mundial, sustentabilidade e transição energética. Ao final, a Carta foi enviada por ofício ao presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR).
O documento, enfatizou o fortalecimento da produção agropecuária e o apoio ao desenvolvimento sustentável que favorece tanto os mercados globais quanto as comunidades mais vulneráveis. Entre as instituições que assinaram o documento estão a Fundação Barbechando (Argentina), o Instituto Pensar Agropecuária (IPA-Brasil), o Instituto del Pensamiento del Agro (IPA-Chile) e a UGP-Unión de Gremios de la Producción (Paraguai).
Veja o que os parlamentares falaram sobre o evento:
Daniela Reinerh (PL-SC): “falamos sobre os principais desafios que o agro brasileiro sul-americano enfrenta. Tanto a FPA como o IPA são exemplos, não só para América Latina, mas para o mundo inteiro de eficiência e resultado e isso reflete muito no nosso trabalho parlamentar em Brasília, em prol dos nossos estados e do país. Nós precisamos fortalecer o nosso agro, o nosso mercado externo cada vez mais para que o Brasil cresça e se desenvolva.”
Roberta Roma (PL-BA): “É fundamental que a América do Sul una forças entre os países para mostrarmos ao mundo que é possível produzir com responsabilidade. Precisamos valorizar o produtor que cuida da terra, gera empregos e preserva o meio ambiente.”
Zequinha Marinho (Podemos-PA): “Com a COP30 se aproximando, temos uma oportunidade única de mostrar que a Amazônia pode ser desenvolvida com inteligência. O agro da região Norte tem muito a contribuir com sustentabilidade e inovação. Esses temas foram tratados aqui e vamos levar adiante.”
Ana Paula Leão (PP-MG): “O Brasil tem um papel estratégico nesse diálogo sul-americano. Integrar políticas e defender nossos produtores nos fóruns internacionais é essencial para garantir competitividade e respeito às nossas realidades.”
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