Brasil registra maior abate de bovinos, frangos e suínos da história em 2024, aponta IBGE

Abate de bovinos chega a 39,27 milhões de cabeças e atinge o maior resultado da série

Brasil registra maior abate de bovinos, frangos e suínos da história em 2024, aponta IBGE
Ilustrativa

Fabio Frattini ManziniAgrofy Newsrepórter freelancer

abate de bovinos, suínos e frangos atingiu os maiores números da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024.

O volume recorde reflete tanto o aumento da demanda interna quanto o crescimento das exportações.

O abate de bovinos registrou alta de 15,2% no ano, totalizando 39,27 milhões de cabeças, um acréscimo de 5,17 milhões em relação a 2023.

Já o abate de suínos chegou a 57,86 milhões de cabeças, um avanço de 1,2% na comparação anual.

O setor de frangos também atingiu um recorde, com 6,46 bilhões de cabeças abatidas, representando um crescimento de 2,7% frente ao ano anterior.

Além desses recordes, a produção de ovos de galinha alcançou o maior volume já registrado, enquanto a captação de leite ficou em segundo lugar na série histórica.

Abate de bovinos dispara com alta na oferta de fêmeas

abate de bovinos em 2024 foi o maior já registrado, superando o recorde de 2013 (34,41 milhões de cabeças).

O aumento foi impulsionado pelo abate elevado de fêmeas, que atingiu 16,9 milhões de cabeças, uma alta de 19,0% em relação a 2023. 

Esse movimento está ligado à fase de baixa do ciclo pecuário, iniciada em 2022, que incentiva a venda de matrizes.

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As exportações também contribuíram para o crescimento do setor.

 

Brasil enviou 2,55 milhões de toneladas de carne bovina in natura ao exterior, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), consolidando-se como um dos maiores exportadores globais.

O preço médio da arroba permaneceu estável entre 2023 e 2024, conforme o Cepea/Esalq.

Os abates cresceram em 26 das 27 unidades da federação, com destaque para Mato Grosso (+1,14 milhão de cabeças), Minas Gerais (+670,26 mil), São Paulo (+558,61 mil), Pará (+551,44 mil), Goiás (+472,65 mil) e Mato Grosso do Sul (+456,87 mil).

único estado que registrou queda foi o Rio Grande do Sul (-153,50 mil cabeças). Mato Grosso  liderou o abate nacional, com 18,1% de participação, seguido por Goiás e São Paulo, ambos com 10,2%.

Frangos e suínos: crescimento sustentado por mercado interno e exportações

abate de frangos atingiu 6,46 bilhões de cabeças em 2024, um aumento de 2,7% em relação a 2023, impulsionado tanto pela demanda doméstica quanto pelas exportações. Foram 172,73 milhões de cabeças a mais no ano.

Paraná manteve a liderança nacional no setor, com 34,2% do total abatido, seguido por Santa Catarina (13,8%) e Rio Grande do Sul (11,4%).

Segundo a gerente da pesquisa do IBGE, Angela Lordão, o Brasil se destaca na produção de carne de frango pela sua forte presença no mercado internacional.

“Consumimos cerca de 65% da produção nacional, enquanto os 35% restantes são exportados. O país segue como o maior exportador mundial dessa proteína”, explicou.

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O abate de suínos também registrou um novo recorde, totalizando 57,86 milhões de cabeças, um avanço de 684,24 mil na comparação anual.

 O crescimento ocorreu em 14 das 25 unidades da federação, com destaque para Santa Catarina, que manteve a liderança com 29,1% do abate nacional, seguido por Paraná (21,5%) e Rio Grande do Sul (17,1%).

 

“O Brasil tem expandido mercados para carne suína, como as Filipinas, reduzindo a dependência das importações chinesas. Foi um ano positivo para a suinocultura, com melhora na margem dos produtores, alta nos preços e queda nos custos de alimentação”, destacou Lordão.

Oscilações trimestrais no abate de bovinos, frangos e suínos

Apesar dos recordes anuais, o quarto trimestre de 2024 registrou quedas no abate em relação ao trimestre anterior:

  • Bovinos: recuo de 7,9% ante o terceiro trimestre, mas alta de 4,4% frente ao mesmo período de 2023.

  • Frangos: queda de 1,1% na comparação com o terceiro trimestre, porém avanço de 5,5% sobre o mesmo trimestre de 2023.

  • Suínos: retração de 4,6% frente ao trimestre anterior, mas crescimento de 0,9% na base anual.

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Produção de ovos e aquisição de leite em alta

produção de ovos de galinha atingiu 4,67 bilhões de dúzias em 2024, um aumento de 10,0% em relação ao ano anterior, representando um recorde na série histórica iniciada em 1987.

No quarto trimestre, a produção chegou a 1,2 bilhão de dúzias, um crescimento de 12,4% ante o mesmo período de 2023 e de 0,2% em relação ao trimestre anterior.

Já a aquisição de leite pelos laticínios sob inspeção sanitária totalizou 25,38 bilhões de litros, um crescimento de 3,1% sobre 2023. Esse volume representa o segundo maior da série histórica, ficando atrás apenas do recorde de 2020 (25,64 bilhões de litros).

preço médio do litro de leite adquirido foi de R$ 2,61, um aumento de 7% frente a 2023 (R$ 2,44). No quarto trimestre, o preço saltou 31,4%, de R$ 2,10 para R$ 2,76, refletindo as condições climáticas adversas que impactaram a produção.

“Tivemos seca severa, queimadas e enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram algumas regiões, mas estados como Minas Gerais e Paraná ajudaram a sustentar a recuperação da produção”, destacou Angela Lordão.

Curtumes registram aumento na captação de couro

Os curtumes brasileiros declararam o recebimento de 40,08 milhões de peças inteiras de couro cru bovino em 2024, um avanço de 16,8% sobre 2023.

O mês de maior variação foi abril, com alta de 32,4%. No quarto trimestre, foram captadas 9,95 milhões de peças, consolidando o crescimento do setor.

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