Unidos pelo agro: parlamentos sul-americanos articulam futuro estratégico

Brasil é ativo na segurança alimentar e na agenda climática internacional, diz presidente da FPA em evento argentino

Unidos pelo agro: parlamentos sul-americanos articulam futuro estratégico
Ilustrativa

Deputados e senadores da América do Sul reafirmaram a relevância do agronegócio global durante o segundo dia da 2ª Cúpula Agro Global Sul-Americana, realizada nesta quinta-feira (24), no Congresso Nacional da Argentina, em Buenos Aires. A delegação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), composta por 13 parlamentares e liderada pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da bancada, reforça a necessidade de integração regional para enfrentar os desafios do setor.

A cerimônia de abertura contou com a participação do deputado Martín Menem, presidente da Câmara dos Deputados da Argentina; do deputado Atilio Benedetti, presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara dos Deputados; da presidente da Fundación Barbechando, Ángeles Naveyra; do deputado Pedro Lupion, além de parlamentares do Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai.

“Temos nossas questões concorrenciais com nossos irmãos latino-americanos, mas também temos pautas que nos unem, como o fortalecimento da produção do continente, e temas de comércio exterior, como o acordo União Europeia e Mercosul, que retornou à pauta dos europeus depois das ações dos EUA. Com o Agro Global, estreitamos os laços com parlamentos sul-americanos e, principalmente, com aqueles que defendem os produtores rurais em seus respectivos países”, disse o líder da bancada.

O primeiro painel do evento, intitulado “Uma região, desafios compartilhados”, foi conduzido por Nelson Illescas, do Grupo de Países Produtores do Sul (GPS), e por Manuel Otero, diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Ambos destacaram o papel estratégico da América do Sul como fornecedora global de alimentos, energia e minerais.

Illescas defendeu maior coordenação entre os países da região diante de um cenário internacional marcado por instabilidades e barreiras comerciais. Ele alertou para as dificuldades na implementação de acordos multilaterais, como o Acordo de Paris, e para os riscos impostos por regulações unilaterais, como as da União Europeia. Segundo ele, a região possui potencial para atrair investimentos e se consolidar como fornecedora confiável, com base em três pilares: cooperação com o ocidente, parcerias com países produtores de petróleo e ampliação do comércio com a Ásia.

Na sequência, Manuel Otero ressaltou a importância do setor agropecuário para a economia global, destacando que a América do Sul representa atualmente 8% da produção mundial de alimentos, com previsão de crescimento para 30% até 2050. “Nosso setor agropecuário é estratégico, e precisamos acreditar em nosso potencial”, destacou, mencionando a liderança da região na produção de soja e as exportações de US$ 210 bilhões entre 2020 e 2023.

O diretor do IICA também enfatizou o uso sustentável dos recursos naturais e o protagonismo da América do Sul no combate às mudanças climáticas. Destacou ativos como o Aquífero Guarani, a biomassa para biocombustíveis e as florestas tropicais. Para ele, é essencial adaptar os modelos produtivos à nova realidade climática e tecnológica, integrando inovação, economia verde e resiliência.

“O mundo está mudando. Estamos enfrentando eventos climáticos mais frequentes e intensos, além de pressões crescentes sobre os recursos. Precisamos transformar nossos desafios em oportunidades, unindo economia, robótica e inovação”, concluiu.

Ao longo do dia, outros especialistas participam de painéis sobre as oportunidades e barreiras ao comércio global de produtos agropecuários sul-americanos; infraestrutura, conectividade e tecnologia para o desenvolvimento rural; e o papel dos parlamentos na formulação de políticas públicas eficazes para o setor.

FONTE: FPA
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