Inundações no Rio Grande do Sul podem devastar até 9 milhões de toneladas de grãos

Publicado no dia 08/05/2024 às 17h51min
Choveu o equivalente a cinco meses da média história em poucos dias

As inundações no Rio Grande do Sul devem devastar entre 5 e 9 milhões de toneladas de grãos, apenas entre soja, milho e arroz.

Isso porque o estado é o segundo maior estado produtor de soja no Brasil, maior no caso de arroz e sexto para milho. 

Quanto à soja, os trabalhos de colheita estavam em 70% da área total até o início das inundações em 29 de abril.

Os 30% restantes não haviam sido colhidos, representando cerca de 2 milhões de hectares e 6,5 milhões de toneladas. Segundo o consultor Carlos Cogo, as estimativas precisas das perdas ainda não são possíveis.

De toda forma, esse volume sob risco representa 5% da safra estimada para o país, cerca de 147 milhões de toneladas. Um volume entre 5 e 6,5 milhões de toneladas.

Já no caso do arroz, o Rio Grande do Sul é o principal estado produtor do Brasil. Até o momento, o estado colheu 78% da área de arroz da safra 2023/2024.

Os 22% restantes representam cerca de 200 mil hectares e 1,6 milhão de toneladas. Segundo o consultor, ainda não é possível estimar com precisão o quanto deste montante está perdido, mas estima-se entre 500 mil e 1 milhão de toneladas.

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Esse volume sob condição de risco representa expressivos 16% da safra estimada para o país (10,5 milhões de toneladas). A safra gaúcha de arroz, estimada em 7,4 milhões de toneladas antes das inundações, deverá ser afetada de forma expressiva.

Isso pode gerar um déficit no suprimento brasileiro do grão em 2024, ampliando a pressão altista sobre os preços.

Os possíveis impactos são dificuldade para o abastecimento no Brasil e impactos no custo de vida das famílias, especialmente as mais pobres, bem como a queda de renda dos rizicultores.

Já para o milho, a colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) foi paralisada devido ao excesso de chuvas e alagamentos. No restante do país, as atividades de colheita seguem em bom ritmo.

Até 2 de maio, a colheita atingiu 83% da área total cultivada. A área total plantada com milho na 1ª safra 2023/2024 no Rio Grande do Sul é de 6,673 milhões de hectares.

Os 17% que ainda não foram colhidos representam cerca de 220 mil hectares e 1,4 milhão de toneladas. Esse volume sob condição de risco representa 6% da 1ª safra estimada para o país que estava estimada em 23,3 milhões de toneladas ou cerca de 1,2 milhão de toneladas.

Segundo o consultor, ainda não é possível estimar com precisão o quanto deste montante está perdido.


Cinco meses de chuva em 15 dias
O Rio Grande do Sul testemunha o maior volume de chuvas de sua história e o segundo maior já registrado em todo o país. O cenário ainda pode piorar ainda mais, segundo as previsões para os próximos dias.

A chuva acumulada em cidades do Rio Grande do Sul entre 22 de abril e a segunda-feira chegou a igualar toda a média de precipitação prevista para cinco meses.

A cidade de Fontoura Xavier, com 778 mm, e Caxias do Sul, com 694 mm, aparecem no topo da lista dos dados oficiais. Já as regiões dos Vales, Planalto e Encosta da Serra superaram 300 mm em uma semana.

Todo este volume resultou no rompimento de barragens e reservatórios, o que aumentou ainda mais o volume de água nas bacias hidrográficas gaúchas.

Parte do fenômeno é explicado pelo El Niño, que aquece as águas do Pacífico, bloqueando frentes frias e concentrando áreas de instabilidade no Rio Grande do Sul.

Além disso, a temperatura elevada próximo à faixa equatorial, o transporte de umidade vinda da Amazônia e contraste térmico com a chegada de uma frente fria fortaleceram as tempestades.

Redação | Agrofy News

Fonte: Agrofy News

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