Organização dos Jogos Olímpicos de Paris marca "gol contra" ao reduzir carne para atletas

Publicado no dia 03/05/2024 às 15h49min
Paris-2024 erra alvo ao afirmar que proteína animal representa uma ameaça ambiental

Os Jogos Olímpicos de Paris nem começaram, mas já se pode afirmar que houve um gol contra ao embarcar em uma jogada de marketing para lá de equivocada.

Isto porque o Comite Organizador das Olimpíadas, marcadas para julho deste ano, estabeleceram uma meta de reduzir a oferta de carne nas 13 milhões de refeições que serão servidas aos atletas e ao público.

Sem nenhum embasamento científico, a organização, jogando para a torcida para utilizar mais um “jargão esportivo”, alegou que a carne representa uma ameaça ambiental.

A afirmação transmite uma mensagem errônea de que o setor de proteína animal é o principal responsável pelas emissões de carbono e pelo aquecimento global.

Sem falar, nos benefícios causados pela proteína animal em atletas de alta performance.

Vale lembrar ainda que o principal responsável pelo aumento contínuo dos gases de efeito estufa são os combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, queimados para gerar eletricidade e energia para transporte, por exemplo, ou aquecimento.

Alegação
Segundo a organização, Paris-2024 compromete-se a reduzir pela metade as emissões da pegada de carbono dos Jogos, através da implementação de uma estratégia climática baseada na antecipação, na prevenção e na redução dos gases do efeito estufa.

A "Visão Alimentar" de Paris estima um quilo de CO² por refeição, ou seja, metade da pegada de carbono de dois quilos de gás carbônico emitido por cada refeição servida nas edições anteriores dos Jogos Olímpicos.

Com isso, decidiu adotar a redução de proteínas animais e apostar na oferta de mais frutas, vegetais e produtos vegetais e a utilização de produtos sazonais e locais para limitar as emissões no transporte de cargas, por exemplo.

Além disso, Paris-2024 afirma que pelo menos 60% das refeições colocadas à venda nos estabelecimentos serão vegetarianas.

"Em comparação com os seus [Jogos] antecessores, Paris-2024 aumenta as suas ambições ambientais e sociais com objetivos estruturados em torno de seis compromissos principais, subdivididos em 60 subcompromissos para cada tipo de produto ou serviço, incluindo: carne 100% francesa e sustentável, laticínios franceses, 100% dos produtos provenientes da pesca sustentável, 100% ovos de galinhas criadas ao ar livre na França", detalhou a organização.

Pisando na bola
Os organizadores pisaram na bola ou queimaram largada, para adotar outros jargões esportvos. Isto porque em mega evento como a Olimpíada, onde todos os olhos do mundo estarão voltados para a capital francesa, o evento já está sendo usado para reforçar preconceitos e propagar desinformação ao adotar essa agenda ambiental controversa e eleger a carne como vilão climático.

É uma abordagem desequilibrada sobre a questão ambiental, segundo a consultoria Athenagro. A tese de emissões de carbono dos organizadores ela é equivocada porque ela ignora o total que a pecuária remove de CO² do sistema.

Desinforma, porque joga ao lado técnicas e tecnologias adotadas pelo setor para aumento da sustentabilidade, como manejo, recuperação e pastagens, adubação, dietas adequadas, que mitigam a emissão de gases e já são usadas pela pecuária.

O Instituto de Promoção da Carne Argentina (Ipcva), por exemplo, criticou a medida ao Globo. O Ipcva destacou os atributos da carne como aliada estratégica do esporte, principalmente modalidades de alto rendimento, como fonte de proteína, ferro e de aminoácidos que promovem a manutenção e reparação de tecidos.

No modismo que agrada apenas a fundamentalistas e que está bem distante da realidade do planeta, os organizadores de Paris parecem já terem garantido a medalha de ouro.

Por redação | Agrofy News

Fonte: Agrofy News

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